Do lado do empresário colombo-brasileiro, que pediu o passaporte polaco para concorrer à TAP, uma fonte ligada a Efromovich referiu que foi apresentada "uma proposta melhorada relativamente à privatização da TAP", que "vai ao encontro do objectivo de modernização e desenvolvimento da companhia aérea, como empresa de referência".
Já David Neeleman veio afirmar, em declarações escritas enviadas ao PÚBLICO, que entregou uma proposta "final e melhorada", que, mais do que uma oferta, é "um compromisso de investimento e de crescimento para a TAP".
"Nas quatro companhias aéreas que criei até hoje , os colaboradores sempre foram o nosso maior activo. Queremos dar continuidade ao legado da TAP em matéria de segurança e profissionalismo de todos os que lá trabalham e, simultaneamente, criar uma companhia financeiramente sólida, no longo prazo, de modo a que todos se sintam orgulhosos por trabalhar numa companhia aérea que perdurará para as gerações futuras", referiu.
De acordo com o dono da Azul, a prioridade é "o investimento na TAP", já que o empresário pretende colocar a empresa "numa rota de crescimento, fortalecendo-a como companhia de bandeira, reforçar o hub de Lisboa de modo a que a TAP possa continuar a contribuir com cerca de dois mil milhões para a economia portuguesa através da riqueza que vai gerar, do aumento do turismo que vai proporcionar, dos empregos que vai manter e incrementar e, mais importante, dos clientes que vão poder contar mais com a TAP".
Nesse sentido, o investidor afirma que uma parte importante do plano passa pela "renovação da frota", com a compra de "53 aviões novos e tecnologicamente avançados", que "constituem um factor adicional para que [os clientes] continuem a dar preferência à TAP".
"Somos um grupo de parceiros fortes e comprometidos com uma história de sucesso e crescimento que fala por nós. Este é um compromisso que o Humberto Pedrosa e eu assumimos juntamente com os nossos parceiros perante o pais, a TAP, os seus colaboradores e os seus clientes", conclui Neeleman.
A entrega de novas propostas foi decidida depois de o executivo ter passado Efromovich e Neeleman à segunda fase do processo de privatização da TAP, o que implicou um período de negociações, que decorreu nas últimas duas semanas.
Do lado do Governo, foram pedidas clarificações e melhorias ao nível dos valores oferecidos pelos dois investidores. Já estes pretendem receber mais garantias por parte do Estado, nomeadamente em relação à possibilidade de se recuperar os 120 milhões de euros de receitas que estão retidas na Venezuela e em Angola.
O Governo, que tinha agendado para as 18h uma conferência de imprensa em que confirmou a entrega das duas novas propostas, veio explicar que as ofertas terão agora de ser analisadas pela Parpública e pela administração da TAP, já que, de acordo com o secretário de Estado dos Transportes, foram introduzidas alterações ao nível do plano estratégico.
Apresentadas as novas ofertas, o executivo pretende decidir o futuro da TAP no próximo Conselho de Ministros de 11 de Junho. Nesse dia poderá ser escolhido o vencedor da privatização ou decida a suspensão do negócio, como aconteceu em 2012, quando a proposta de Efromovich foi rejeitada por falta de garantias financeiras.
Se a decisão for no sentido de manter a TAP nas mãos do Estado, o Governo terá de pedir autorização à Comissão Europeia para injectar dinheiro na empresa, dada a frágil situação financeira em que a companhia se encontra. E, se receber luz verde, terá de se comprometer com um plano de reestruturação, como aconteceu em 1994.
O secretário de Estado dos Transportes não quis dar garantias quanto ao calendário, embora tenha frisado que se mantém a expectativa de que a decisão seja tomada a 11 de Junho. "Procuraremos que a análise [da Parpública e da TAP] seja rápida", disse.
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